Há um momento marcante no clássico desenho Alice no País das Maravilhas, em que Alice caminha por uma floresta até se deparar com uma encruzilhada. Diante dela, vários caminhos se abrem — trilhas, estradinhas e placas apontando em diferentes direções.
É então que, em meio às árvores, aparece um gato. Sarcástico, enigmático e com aquele ar debochado, ele pergunta se Alice precisa de ajuda. A conversa que se segue é tão simples quanto profunda:
— Eu só queria saber que caminho tomar — diz Alice.
— Isso depende do lugar aonde você quer chegar — responde o Gato, tranquilamente.
— Na verdade, não importa muito — devolve Alice.
— Então, não importa que caminho tomar — conclui o Gato, sem hesitar.
O grande problema de Alice era não ter clareza sobre dois pontos essenciais: onde ela estava e para onde queria ir. No fim das contas, quando a gente não sabe pra onde vai, qualquer caminho serve.
Sumário
A importância de saber onde está e onde quer chegar
E como esse diálogo entre Alice e o Gato pode ser aplicado nas organizações?
A verdade é que essa cena, embora lúdica, reflete com precisão uma situação bastante recorrente no mundo dos negócios. Quantas vezes você — ou sua equipe — já se deparou com uma sensação parecida? De estar fazendo muito, mas sem clareza se está indo na direção certa? De ter várias opções pela frente, mas nenhuma certeza sobre qual seguir?
Sua empresa já se encontrou nesse lugar de incerteza, em que não se sabe exatamente onde está nem para onde está indo? Se a resposta for “sim”, não se preocupe. Isso é mais comum do que parece — especialmente entre micro e pequenos empreendedores, que precisam lidar com a rotina operacional enquanto tentam crescer, inovar e sobreviver em um mercado competitivo. Mas existe uma saída: clareza de metas e disciplina na execução.
Mais do que desejar crescimento, é preciso estabelecer metas claras, específicas, alcançáveis e mensuráveis. Saber onde quer chegar permite filtrar decisões, priorizar esforços e evitar a armadilha de fazer muito e avançar pouco. Do contrário, como o Gato deixou claro para Alice, qualquer caminho parecerá servir — e, pior, você talvez só perceba que pegou o errado quando já estiver longe demais para voltar.
Empresas que prosperam não são aquelas que fazem tudo — são aquelas que fazem bem o que realmente importa. Foco estratégico, metas bem definidas e uma execução disciplinada podem ser o que falta para transformar sua empresa de uma viajante perdida na floresta para alguém que trilha, com firmeza, um caminho de crescimento sustentável.
O que você decide priorizar determina onde sua empresa vai chegar
Mas por que o foco é tão importante? A atenção que dedicamos a algo tem o poder de moldar a forma como percebemos o mundo ao nosso redor. É como quando você compra um carro novo e, de repente, começa a ver o mesmo modelo por toda a cidade. Não é que ele tenha se tornado mais popular do dia para a noite, mas sim que seu cérebro passou a dar relevância àquele estímulo. Isso acontece porque nosso foco direciona nossa percepção — e o que não é percebido, simplesmente deixa de existir na prática.
O mesmo princípio se aplica à gestão de uma empresa. Quando estabelecemos metas claras e damos foco a elas, estamos dizendo ao time — e a nós mesmos — o que realmente importa. Isso orienta o comportamento, direciona os esforços e, inevitavelmente, define o que será priorizado… e o que será ignorado.
E por que uma disciplina implacável é essencial? Porque foco sem ação consistente é só uma boa intenção. Muitos empresários sabem onde querem chegar, mas falham ao implementar as decisões necessárias para isso. A disciplina na execução é o que garante que o foco se traduza em progresso. É ela que mantém a empresa no trilho quando surgem distrações, obstáculos ou tentações de seguir atalhos. Em resumo: foco define o que importa, disciplina garante que isso se torne realidade. Juntos, eles são o mecamismo que transforma estratégia em resultado.
Como definir metas que ajudem você a alcançar seus objetivos
Para muita gente, essa é a pergunta de um bilhão de dólares: como definir uma boa meta? Afinal, temos uma liberdade quase infinita para escolher qualquer objetivo — e isso, ao mesmo tempo que empolga, também pode confundir.
Pense bem: você pode decidir que sua meta é caminhar na Lua em cinco anos. Ninguém vai te impedir de fazer planos e montar cronogramas para isso. Mas… qual a real chance de esse plano sair do papel?
É um exemplo extremo, claro, mas ilustra bem um ponto essencial: definir uma meta não significa que ela será alcançada. E quando isso não acontece, a frustração vem com força.
Por isso, se você quer aumentar suas chances de sucesso e traçar metas que realmente funcionem — para você ou para sua empresa — separei 14 dicas práticas e testadas que você pode começar a aplicar agora mesmo.
A seguir, reunimos dicas essenciais para ajudar nesse processo:
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Defina o que você quer
A meta deve representar a direção clara que a empresa deseja seguir. Ter esse norte bem estabelecido é o primeiro passo para alinhar ações e esforços. -
Estabeleça prioridades
Metas são, na essência, uma declaração do que é mais importante para a empresa naquele momento. E lembre-se: quem tenta abraçar tudo, acaba não focando em nada. Escolha com critério o que realmente precisa ser perseguido agora. -
A meta precisa provocar um frio na barriga
Sim, metas devem gerar entusiasmo. Se o objetivo for fácil demais, ele não inspira ninguém. Uma boa meta empolga, desafia e faz os colaboradores vibrarem a cada passo dado na direção do resultado. -
Seja mensurável
Uma meta só é útil se puder ser acompanhada. Isso significa que é essencial que haja indicadores ou métricas para avaliar o progresso — só assim será possível fazer ajustes e manter a equipe no caminho certo. -
Estabeleça um prazo
Toda meta precisa ter uma data para acontecer. Sem temporalidade, o risco de procrastinação é enorme. Prazos bem definidos aumentam o senso de urgência e ajudam na priorização das tarefas. -
Celebre as conquistas
Talvez a dica mais negligenciada pelas empresas: comemore cada avanço. A cultura de celebração, mesmo das pequenas vitórias, fortalece o senso de progresso e engaja o time no longo prazo.
Utilize o método SMART como bússola
O método SMART ajuda você e sua empresa a transformar metas vagas em objetivos claros, factíveis e eficazes. Veja abaixo cada etapa complementada com fundamentos de blogs e exemplos ilustrativos:
Específica (S – Specific): metas genéricas não geram ação. Seja claro sobre o que exatamente você quer alcançar.
- “Aumentar a taxa de retenção de clientes implementando pesquisa de satisfação e onboarding aprimorado.”
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“Redesenhar a página de vendas com foco em aumentar o Net Promoter Score em 10 pontos.”
Mensurável (M – Measurable): só se melhora o que se mede. Estabeleça formas de acompanhar o progresso.
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“Aumentar as vendas mensais em 15% até o final do trimestre.”
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“Melhorar a satisfação do cliente (CSAT) em 10%, passando de 25% para 35% até o segundo trimestre.”
Atingível (A – Achievable): sonhar é essencial, mas manter os pés no chão também. As metas devem ser desafiadoras, mas dentro da realidade.
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“Lançar um MVP funcional em duas meses para validação com 30 usuários.”
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“Delegar três tarefas por semana para liberar 10 horas mensais para atividades estratégicas.”
Relevante (R – Relevant): a meta deve ter importância real para o negócio. Pergunte-se: isso nos aproxima da visão da empresa?
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“Aumentar a retenção em 10% para gerar receita recorrente e melhorar o relacionamento com clientes.”
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“Melhorar o atendimento ao cliente para reduzir churn e fortalecer imagem de marca.”
Temporal (T – Time-based): sem prazo definido, não há compromisso. Defina claramente até quando esse objetivo deve ser alcançado.
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“Reduzir custos operacionais em 10% até o final do ano.”
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“Lançar um app de agendamento com 2 mil instalações nos primeiros três meses após o lançamento.”
